A Superintendência de Diálogo e Interação Social (SUDIS) comemorou, neste Dia da Consciência Negra (20), o reconhecimento do primeiro quilombo urbano de Foz do Iguaçu, a Horta do Seu Zé e da Dona Laíde, localizada na Vila C. A certificação, concedida pela Fundação Cultural Palmares, marca um avanço significativo na preservação da memória e das tradições das comunidades quilombolas no Paraná.
A área foi ocupada na década de 1990 por ex-moradores do Quilombo Apepú, em São Miguel do Iguaçu, a cerca de 45 km de Foz. Desde então, a comunidade estabelecida na bacia do Córrego Brasília manteve vivas suas tradições culturais e ancestrais, com destaque para práticas agrícolas e o cuidado com o meio ambiente.
O reconhecimento foi resultado de um processo coletivo liderado por diversas instituições, incluindo a UNILA, o IFPR e a Defensoria Pública do Estado, com forte apoio da SUDIS, além de órgãos como o Tribunal de Justiça do Paraná e a Defensoria Pública da União. Durante anos, essas articulações buscaram assegurar tanto a permanência da família quanto o reconhecimento oficial do território como quilombola.
Com essa conquista, o quilombo da Horta do Seu Zé e da Dona Laíde se junta às 39 comunidades quilombolas já reconhecidas no Paraná. O estado abriga a segunda maior população quilombola da Região Sul, com mais de 7 mil habitantes, segundo o Censo de 2022. Em todo o Brasil, aproximadamente 30% dos municípios possuem moradores que se identificam como quilombolas, representando 0,5% da população nacional.
Para a SUDIS, o reconhecimento reflete anos de luta e resistência das comunidades negras. Em nota, a superintendência destacou:
"A certificação da Horta do Seu Zé e da Dona Laíde como quilombo urbano é um marco histórico. Este é um símbolo da força das comunidades tradicionais e reafirma nosso compromisso com a igualdade racial e a justiça social."