Estado do Paraná, por meio da Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social (SUDIS), em articulação com órgãos do poder público estadual e federal, e empresas privadas com atuação em empreendimentos instalados dentro das terras indígenas, realizou mais uma rodada de mediação com as lideranças do território indígena de Mangueirinha, localizado no sudoeste do estado. O encontro foi realizado no Auditório Mário Lobo, no Palácio Araucária, em Curitiba, e contou com a presença de representantes indígenas, além da participação remota de lideranças das aldeias, que acompanharam as discussões de forma virtual.

A abertura do evento foi conduzida pelo presidente do Instituto Água e Terra (IAT), Everton L. C. Souza, e a mesa foi coordenada por Roland Rutyna, diretor de Gestão de Conflitos da SUDIS. Compuseram a mesa de abertura o cacique José Carlos Gabriel, representante da Terra Indígena de Mangueirinha, o representante do IBAMA, Liceros Angel dos Reis, e a diretora de Povos e Comunidades Tradicionais da SEMIPI, Ivânia Ramos. Também participaram o defensor público Deivid Bezerra, da Defensoria Pública do Paraná - Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (NUPIER), além da Dra. Adriana Coli P. Vianna e do Dr. Guilherme Leal, representantes da empresa Engie, e Maycon Berttoni, da Eletrosul.

Durante a reunião, o Instituto Água e Terra (IAT) apresentou uma análise técnica detalhada, utilizando mapas e relatórios para esclarecer às lideranças indígenas o uso atual do território para fins coletivos. A exposição contemplou informações sobre a instalação e operação de rodovias, a presença de duas usinas hidrelétricas dentro da Terra Indígena de Mangueirinha, além das linhas de transmissão de energia elétrica que atravessam a região. O objetivo foi garantir transparência e acesso à informação sobre os empreendimentos em curso nas áreas de interesse das comunidades indígenas.

Um dos pontos centrais da discussão foi o pleito apresentado à empresa Engie, responsável pela concessão da usina hidrelétrica instalada dentro do território indígena, em conjunto com a Eletrosul, que administra as linhas de alta tensão. Após o diálogo com as lideranças, ficou acordado que as empresas deverão apresentar um retorno formal às demandas até o dia 4 de agosto de 2025.

Outro tema importante abordado foi a situação das rodovias PR-281 e BR-373, que atravessam o território indígena. Como encaminhamento, definiu-se que no dia 13 de agosto de 2025 será realizada uma nova rodada de negociações na sede do DNIT, em Curitiba, com a presença confirmada de representantes da FUNAI, IBAMA, IAT, DER, NUPIR, Ministério dos Povos Indígenas e SUDIS.

A SUDIS reforça seu compromisso com o diálogo qualificado, o respeito aos direitos das comunidades indígenas e a construção conjunta de soluções que conciliem desenvolvimento e justiça social.