Teve início nesta terça-feira (22) a principal atividade da “Semana Camponesa – Por Terra, Teto, Crédito e Educação”, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), como parte da Jornada Nacional de Lutas de 2025. A mobilização aconteceu na sede da Superintendência Regional do INCRA, em Curitiba, e contou com a presença de diversas autoridades e representações institucionais, incluindo a Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social (SUDIS), representada por Roberta Zambenedett,i secretária Executiva da Comissão de Mediação de Conflitos do Paraná.

A SUDIS reforçou seu papel como articuladora entre os movimentos sociais e os órgãos públicos, atuando como canal institucional de diálogo e cooperação. Com uma atuação voltada à escuta qualificada e à mediação democrática, a superintendência tem sido peça importante na construção de políticas públicas voltadas para o campo e a agricultura familiar.

No período da manhã, o foco da audiência foi a pauta da obtenção de novas áreas para assentamentos, com o MST apresentando a demanda de assentamento para cerca de 7 mil famílias acampadas no Paraná. Já à tarde, a discussão voltou-se para o desenvolvimento dos assentamentos já existentes: foram abordados temas como infraestrutura, regularização de lotes, liberação de créditos e superação de entraves relacionados ao programa Desenrola Rural.

Outras pautas importantes incluíram o fortalecimento do Pronaf, assistência técnica (Ater), Quintais Produtivos voltados para mulheres, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), além da retomada do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Atualmente, a Unioeste já conta com uma turma de Enfermagem em andamento, mas o MST apresentou a necessidade de expansão do programa, com novas parcerias junto à UNILA, UFPR, IFPR e a própria Unioeste.

A audiência contou com a participação de representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), do Ministério Público Estadual, além do superintendente regional do Incra/PR, Nilton Bezerra Guedes. As autoridades ouviram atentamente as demandas e também apresentaram os avanços recentes do governo federal, com destaque para a retomada do programa Terra da Gente e outras políticas estruturantes para o desenvolvimento rural.

A Coordenação Estadual do MST-PR reforçou o compromisso com a luta popular e a defesa da Reforma Agrária como política pública essencial para a justiça social e o desenvolvimento sustentável. O movimento espera que a escuta institucional se traduza em ações concretas nos próximos meses.